Siglas utilizadas para denominar a tiragem da gravura.
Antigamente, não havia uma tiragem determinada pelo artista. Ele reproduzia a gravura de acordo com a demanda de venda. Quando a matriz ficava gasta, ele retocava e continuava a tirar cópias. Isso comprometia muitas vezes a qualidade da imagem. Hoje, o artista define quantas cópias vão ser feitas do mesmo trabalho e as numera e assina.
Normalmente, ele coloca no canto inferior esquerdo o número da cópia e o número da tiragem. Ex: 1/10 significa que é a primeira cópia de uma tiragem de 10 cópias.
A assinatura do artista fica no canto direito inferior. No meio dos dois, se escreve o nome da obra.
Fotografia Thomaz Farkas
Não há valores diferentes para as cópias. Antigamente esse pensamento era pertinente porque não havia uma definição de número de cópias e as últimas poderiam ficar comprometidas pelo desgaste da matriz. Mesmo assim, a qualidade de uma gravura só seria possível se fizesse uma comparação entre cópias, oportunidade quase impossível para um colecionador de gravuras.
Normalmente o artista faz todo o processo, da criação a impressão da gravura. Mas hoje com os profissionais mais qualificados o serviço pode ser delegado a um terceiro. Esse profissional faz o trabalho de reprodução e é aprovado pelo artista que numera e assina as obras de próprio punho. O artista pode pedir uma tiragem a mais do trabalho que pode ser para seu arquivo, exposição, presentear ou enviar ao depositário legal.
Essas cópias extras têm o mesmo valor das demais e geralmente não ultrapassam a uma dezena de exemplares.
Se o profissional imprimir mais cópias sem o conhecimento do artista, ele está cometendo uma fraude. E pode ser comprovado pela falta de assinatura do artista.
Se uma segunda tiragem for feita com aprovação do artista, é uma questão de ética colocar um B ou II após a numeração.
Outra sigla usada é a P.E. no lugar da numeração. Ela indica Prova de Estado. As provas de estado são o registro da criação, o passo a passo da colocação de cores.
P.A. é a Prova do Artista, que é aproximadamente 10% do número da tiragem.
P.I é a Prova do Impressor. Quando quem imprime o trabalho não é o artista. Em alguns casos, o impressor é co-autor da obra e convidado pelo artista a coassinar com ele.
H.C. ou Hors Commerce são cópias não comerciáveis, que são dadas e não podem ser vendidas.
H.S., Hors Serie, ou F/N fora de numeração é uma reprodução sem tiragem, que pode até ser única.
Cara Daisy, obrigado pelas explicações, foram muito úteis. Se possível, você pode esclarecer um ponto? Ganhei uma cópia H.C. de um fotógrafo conhecido. Vendo a sua explicação, fiquei surpreso com o significado, pois a pessoa que me deu a comprou do próprio autor em uma feira de fotografia. É comum isso? Essa cópia tem valor menor do que outra (uma H.S., por exemplo)? Obrigado
Rodrigo
Artigo esclarecedor. Desconhecia as tiragens extras e as siglas.
Artista cria lindas imagens em aquarela das belezas encontradas em Portugal
http://www.mestresabe.com/2016/11/artista-cria-lindas-imagens-em-aquarela.html