A fotografia como ofício, assim como outras atividades, possui alguns requisitos básicos. Nos dois últimos posts abordamos algumas questões fundamentais com relação aos equipamentos e softwares que são importantes na atividade fotográfica. Hoje veremos que a organização do fluxo de trabalho e dos arquivos são altamente recomendados: garantem a segurança na produção e no armazenamento e agilizam nossas tarefas.
Já vimos que a escolha dos equipamentos vai depender do tipo de fotografia a ser feita, o fluxo de trabalho também segue essa regra. Não há uma receita única, cada artista vai encontrar um workflow para chamar de seu. Mas isso é importante na Fine Art também? Eu digo que sim, pelo menos vai poupar tempo e algumas dores de cabeça (só algumas!). Por exemplo, quando participamos de alguma chamada de projetos ou concurso temos que seguir algumas regras. Em muitos casos precisamos escrever um projeto que descreva todas as etapas de produção, orçamentos e operacionalização. Tudo isso já faz parte do seu fluxo de trabalho, realizar as fotos é só mais uma etapa e eu acredito que quanto mais assertivos na pré e na produção a gente for, menos trabalho teremos na pós-produção. Imprevistos acontecem, mas é possível reduzir as chances deles aparecerem com um bom planejamento.
A pós-produção começa com as fotos já feitas (nota mental: sempre que falo/escrevo “fazer uma foto” me lembro do filme “As Pontes de Madison”, mas esta é uma outra história), iremos descarregar nossos cartões e começar a tratar as fotos. Como já havia comentado no post anterior, recomendo o uso do Adobe Lightroom, ele não apenas irá auxiliar no tratamento das fotos como também ajudará a organizar seus arquivos. O advento da fotografia digital trouxe muitas vantagens, mas também alguns dilemas. Quantidade é qualidade? Quantas fotos preciso fazer? Como ter certeza de que meus arquivos estão realmente “guardados”? Sobre a guarda dos arquivos já falei que mesmo na nuvem seria interessante manter os backups em HD’s, nenhum método é 100% garantido e neste caso prefiro pecar pelo excesso, pelo menos quando penso naqueles trabalhos mais importantes. A quantidade é algo que com o passar do tempo variou muito para mim. Comecei fazendo muitas fotos por garantia, mas hoje já não sinto essa necessidade. E este é um dos motivos de se fazer uma boa pré-produção, você vai poder fazer menos fotos, com mais qualidade e não vai ficar muito tempo na pós-produção. Por mais que seja você que execute todas as etapas, seu tempo também precisa ser contabilizado. Aquele momento nostalgia: quem lembra dos Print Files:
Os Print Files são utilizados para guardar os negativos e podemos anotar algumas informações sobre as fotos como data e local. Com o digital os metadados ficam armazenados nos arquivos EXIF de cada foto. Eles apresentam informações técnicas sobre a imagem além de data, hora, local e etc. Esses dados são importantes para a questão da organização e também servem como uma espécie de ficha técnica de como a foto foi feita. Voltando mais uma vez no tempo, no nosso grupo de processos históricos utilizávamos a ficha abaixo, mesmo essas imagens possuíam os seus metadados:
Até agora falamos dos arquivos, mas uma vez impressa a fotografia vai precisar ser armazenada de maneira adequada. Para nossa sorte existem alguns manuais disponíveis para nos ajudar em mais esta tarefa. A Funarte possui alguns cadernos sobre preservação de fotografias. Eles ficam disponíveis para download gratuito no site: http://www.funarte.gov.br/preservacaofotografica/cadernos-tecnicos. A Imprensa Oficial tinha uma série chamada “Como fazer”, os cadernos estão esgotados, mas fica a lembrança:
https://livraria.imprensaoficial.com.br/catalogsearch/advanced/result/?name=como+fazer
Esse foi o terceiro post de uma série onde conversamos um pouco sobre equipamentos, softwares e métodos de trabalho. Espero ter contemplado algumas das dúvidas mais recorrentes e gostaria de reforçar que ter em mente o nosso próprio trabalho nos ajuda a fazer muitas escolhas. Semana que vem iremos falar sobre o mercado Fine Art, até mais!