Aprenda a preparar um arquivo para impressão Fine Art

Tratamento de imagem para impressão Fine Art

Estamos falando de impressão Fine Art a partir de arquivos digitais, então vamos partir do pressuposto de que a imagem já está em um arquivo digital. Em outro texto falarei sobre os melhores procedimentos para a captura da imagem, mas por agora consideraremos que a imagem já está em seu computador.

Tratamento de imagem para impressão Fine Art

Tratamento de imagem para impressão Fine Art

Minhas recomendações são:

    1. Trate a imagem em seu tamanho original, deixe os cortes (crops) e interpolações para o final. É muito prático ter um original tratado sem cortes e sem interpolação, pois isso facilita a sua vida no caso de uma mudança de planos de última hora. Isso vale tanto para imagens capturadas em JPG quanto em RAW, embora fotografando em RAW e tratando em softwares como o Adobe Lightroom essa abordagem se torne mais natural. De qualquer forma devemos manter essa prática até quando exportarmos para o Photoshop: exporte no tamanho original, sem cortes e faça o resto do tratamento na imagem inteira. Não se preocupe demais com o mito dos 300dpi, muitas vezes é possível gerar imagens perfeitas com bem menos que isso dependendo do papel e do tamanho final.

 

    1. Impressão Fine Art Digital se faz em RGB, não em CMYK. Isso pode soar estranho para muitos, mas é a mais pura verdade e faz todo o sentido depois que se conhece a fundo a maneira como a imagem é composta no papel. Como isso exigiria páginas e páginas de texto técnico (e chato) para explicar, vamos apenas acreditar nesse momento. Não convertam seus arquivos para CMYK. Provavelmente eles entraram no seu computador como RGB, então deixe-os assim.

 

    1. Sobre os espaços de cor RGB, sempre que possível trabalhe suas imagens em Adobe RGB. Os melhores equipamentos de impressão hoje já conseguem algumas cores além do sRGB, então faz sentido trabalhar em Adobe RGB para tirar proveito disso. Você pode até trabalhar em espaços maiores, como Prophoto RGB, mas deverá converter para Adobe RGB na hora de gerar o arquivo de saída. Ao converter no Photoshop tenha atenção para os “rendering intents”, alterne entre “relative colorimetric” e “perceptual” com a pré-visualização ativada e escolha o que melhor lhe servir.

 

    1. 16 bits ou 8 bits de profundidade? Se você estiver tratando em Prophoto RGB, 16 bits é praticamente obrigatório e em Adobe RGB é uma boa ideia. Mas na hora de gerar o arquivo de saída em Adobe RGB não é grave passar para 8bits (última coisa a se fazer). Apesar dos melhores sistemas de impressão aceitarem arquivos de 16 bits, nunca constatei uma diferença perceptível nas impressões. Durante o tratamento a profundidade de 16 bits pode fazer toda a diferença evitando a ocorrência de “bandings” em degradês, por exemplo, mas na impressão essas vantagens não são perceptíveis e o arquivo em 8 bits fica bem mais leve.

 

    1. Fuja do JPEG. Mesmo que você tenha capturado a imagem em JPEG, após tratá-la salve em algum formato que não use compressão com perda. Formatos Tiff ou PSD são boas opções. Claro que podemos imprimir belas imagens de arquivos JPEG, mas se pudermos não jogar dados fora é melhor.

 

    1. Caso você tenha um monitor de boa qualidade (próprio para tratamento de imagens) calibrado e caracterizado por hardware e já saiba qual papel usará para a impressão, peça ao seu impressor o perfil ICC do papel em questão para o sistema de impressão que será utilizado. De posse desse perfil você pode fazer um “softproof” para prever como as cores se comportarão na impressão. Entretanto, se você não tem um bom monitor calibrado e caracterizado por hardware e não sabe o que é “softproof”, não se preocupe com isso. A etapa final da preparação em qualquer bom estúdio de impressão envolve a realização desse “softproof” num sistema próprio e, preferencialmente, com você ao lado para opinar.

 

    1. Converse com seu impressor antes de gerar o arquivo final. Impressão Fine Art não é minilab e parte do dinheiro que você está pagando é pela atenção especial do impressor. Se não for assim não é impressão Fine Art, é bureau de impressão. Eu, por exemplo, sempre sugiro que os clientes levem seus arquivos tratados, em Adobe RGB, no formato PSD, no tamanho original, sem cortes. Gosto que o corte e a eventual interpolação seja feita pelo impressor, após a definição de papel e do tamanho exato da imagem. A escolha do papel é uma etapa importantíssima e ninguém melhor que o impressor para auxiliá-lo nessa etapa.

 

    1. Esteja junto durante o parto da sua cria, afinal a obra é sua e tem que agradar a você.

 

Seguindo essas sugestões você reduzirá bastante a possibilidade de ter problemas na impressão e terá como mudar de ideia quanto a formatos e tamanhos de última hora sem grandes preocupações.

Texto escrito pelo mestre impressor Geraldo Garcia do estúdio Imagem Impressa.