A prática de criar tiragens de gravuras remonta ao século XV, com o surgimento da impressão em papel na Europa. No entanto, as tiragens eram limitadas e muitas vezes não eram numeradas ou assinadas. Foi somente no século XIX que a prática de numerar e assinar as tiragens de gravuras se tornou mais comum.
Com o tempo, as tiragens de gravuras se tornaram cada vez mais padronizadas e regulamentadas, com convenções estabelecidas para numerar e assinar as tiragens, além de criar tiragens limitadas e incluir tiragens de prova para o artista ou para outros fins. Essas práticas são amplamente utilizadas até hoje.
Alguns estudiosos acreditam que o artista francês Charles Meryon (1821-1868) foi um dos primeiros a numerar e assinar suas gravuras, como uma forma de controlar a distribuição de suas obras e garantir sua autenticidade. Outros artistas, como o britânico James McNeill Whistler (1834-1903), também foram conhecidos por numerar e assinar suas gravuras, criando assim uma prática padrão que é amplamente utilizada até hoje.
No entanto, a prática de numerar e assinar as impressões evoluiu ao longo do tempo e pode variar de acordo com o país e o período histórico.
O conceito de tiragem também migrou para outros tipos de produtos como esculturas, livros, pôsteres e Fine Art.
A impressão Fine Art por ser uma arte muito próxima da gravura se adaptou rapidamente ao conceito de tiragem limitada e as siglas usadas nas gravuras.
Assim a Fine Art se afasta do conceito de pôster para se apresentar com uma produto de arte altamente exclusivo.
As tiragens são produzidas em um número limitado de cópias, geralmente numeradas e assinadas pelo artista, com o objetivo de valorizar a série.
As tiragens limitadas podem variar em tamanho, mas geralmente variam de 10 a 200 cópias. Cada cópia tem o número que representa o tamanho da tiragem, por exemplo, “8/50” significa que é a oitava impressão em uma tiragem de 50 cópias.
As impressões Fine Art podem ter algumas siglas ou abreviações que indicam informações adicionais sobre a tiragem. Algumas das siglas mais comuns são:
EA – Abreviação de “épreuve d’artiste”, que significa “prova do artista”. Essa sigla é usada para indicar uma tiragem de prova criada pelo próprio artista para testar o resultado da gravura antes de produzir a tiragem oficial.
PA – Abreviação de “prova de artista”. Essa sigla é usada para indicar uma prova extra tirada para o artista.
H.C. – Abreviação de “hors de commerce”, que significa “fora do comércio”. Essa sigla é usada para indicar uma prova que não está disponível para venda e é geralmente destinada para fins de arquivamento.
EV – Abreviação de “épreuve de vérification”, que significa “prova de verificação”. Essa sigla é usada para indicar uma prova que é usada para verificar a qualidade da gravura e geralmente é mantida pelos editores ou impressores como um registro de qualidade.
TP – Abreviação de “tirage de tête”, que significa “tiragem de cabeça”. Essa sigla é usada para indicar uma tiragem especial que é impressa antes da tiragem oficial e geralmente é numerada e assinada pelo artista. Essas tiragens são frequentemente consideradas de maior qualidade do que a tiragem oficial e são mais valiosas para colecionadores.
PC – Abreviação para “prova de cor”. Algumas obras são impressas para teste de cor e quando apresentam alta qualidade é comum que artistas assinem e coloquem a sigla PC “prova de cor”.
PI – Toda tiragem de gravura tem as PI, que são as provas do impressor. Essas gravuras são impressões destinadas ao mestre impressor das gravuras. Isso acontece quando tem um profissional da impressão envolvido com o projeto.
As siglas mais comuns são as PA “prova do artista” e as PI “prova do impressor”. Em seguidas são as HC, que embora não seja muito comum de vê-las ainda encontramos umas HC. As outras siglas são mais utilizadas em gravuras produzidas fora do Brasil.
As siglas podem ser acompanhadas por números, como “PA 1/10”, indicando a posição da cópia na série. É muito comum serem impressos algumas PA ou PI e o artista numerar para mostrar quantos itens tem no mercado e o número que determina tal obra.
Impressões Fine Art normalmente tem tiragens menores do que as gravuras produzidas artesanalmente. Como é uma técnica digital, muitos artistas para não banaliza-la, produzem obras com tiragem de até 20 itens. Apesar de não existir uma regra que imponha um número X de impressões.