NFT e contratos inteligentes em diferentes áreas

NFT e contratos inteligentes
Seattle NFT Museum

NFT e contratos inteligentes podem ser uma ótima opção para profissionais de diversas áreas criativas

Há mais ou menos um ano termos como NFT e contratos inteligentes entraram definitivamente no dia a dia das pessoas. No auge da pandemia e do isolamento social, que forçaram o cancelamento de eventos/atividades presenciais, a venda com valor recorde de uma obra do artista digital Beeple provocou um tsunami de notícias sobre esse assunto que já não era tão novo, mas que ainda não havia ganho tanto destaque. De algo visto como “para poucos” ou como bolha, os NFT’s foram conquistando cada vez mais adeptos. Não demorou muito para que esse recurso passasse a ser explorado nas mais diversas áreas da criatividade.

Uma breve revisão sobre NFT e contratos inteligentes

Para entender sobre NFT e contratos inteligentes precisamos destacar alguns conceitos que fazem parte desse universo. Sem ter essa noção do todo o entendimento fica comprometido. De maneira bem resumida, tudo acontece dentro de uma blockchain. Aqui podemos reforçar duas características essenciais da blockchain: transparência e descentralização. A blockchain é uma espécie de livro razão onde todas as transações ficam registradas em blocos e esses blocos são encadeados de maneira que não é possível (ou é muito difícil) alterar/forjar as informações gravadas, isso porque cada computador que está ligado à blockchain possui uma cópia integral desses registros. Não há um servidor central que distribui as informações, é como se cada computador fosse um servidor.

Cada blockchain possui um token nativo ou criptomoeda que normalmente são indicados com abreviações: Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH), Tezos (XTZ), Solana (SOL), Cardano (ADA). Para realizar transações em criptomoedas é necessário possuir uma carteira digital, os valores das criptomoedas variam bastante, portanto é importante estudar sobre o assunto e estar sempre alerta. A validação das transações é feita por consenso dentro de cada rede e este pode ser obtido via proof of work (PoW) ou proof of stake (PoS). Bitcoin e Ethereum utilizam PoW, com o crescimento das transações esse método ficou mais lento, além de demandar muito hardware/energia. As novas gerações de blockchains como Tezos, Solana ou Cardano, por exemplo, utilizam o PoS, mais rápidas e clean. Se quiser se aprofundar sobre esse assunto recomendo:

https://www.bitdegree.org/crypto/tutorials/proof-of-work-vs-proof-of-stake

 

NFT e contratos inteligentes

Criptomoedas – ETH e BTC

 

O non-fungible token (NFT) é uma linha de código, é o registro na blockchain que vai tornar a obra a ele relacionada única e autêntica. O processo de atribuição desse código é chamado de “tokenização” ou mint (cunhagem). Ele não é a obra em si, mas é o “documento” que garante a sua unicidade e propriedade.

A plataforma Ethereum concentra, atualmente, boa parte dos NFT’s e contratos inteligentes que são criados e processados, isso porque, sendo da segunda geração de blockchain (Bitcoin é da primeira), ela apresentou a implementação da utilização desses contratos em uma gama maior de atividades como novidade. De acordo com o criador do termo, “um contrato inteligente é um conjunto de promessas, especificadas em formato digital, incluindo protocolos nos quais as partes cumprem essas promessas”. Esse termo foi cunhado pelo cientista da computação e criptógrafo Nick Szabo em 1995 e ele usa o exemplo da máquina de refrigerante para ilustrar. Você digita sua opção, insere o dinheiro e a máquina, ao verificar que a sua parte foi cumprida, libera o seu pedido, sem intermediários, apenas usando o código de programação, o contrato é cumprido.

A blockchain, além da autonomia, confere transparência, mas com a preservação de nossos dados mediante a criptografia. Os registros ficam disponíveis para toda a rede e não podem ser modificados. Os contratos são escritos em código e são autoexecutáveis, de acordo com Szabo eles melhorariam a execução dos quatro objetivos básicos do contrato, que Szabo descreveu como sendo: observabilidade, verificabilidade, privacidade e obrigatoriedade (ou autoaplicabilidade).

NFT e contratos inteligentes

Contratos inteligentes

Apesar dos editores do Wikipedia terem votado recentemente pela não classificação de NFT como arte, fato é que várias instituições já abraçaram essa causa. Casas tradicionais como Christie’s e Sotheby’s já realizaram leilões de obras em NFT e aceitaram, inclusive, criptomoedas como pagamento. Seattle (EUA) terá o primeiro museu dedicado à criptoarte, o Seattle NFT Museum. A ser inaugurado em 14/01/2022, o espaço (físico) terá exibição de arte digital e NFT’s. Você artista/criador pode submeter seus trabalhos para, quem sabe, ter sua arte exposta!

Vocês já devem ter visto a confusão com o tenista Novak Djokovic, proibido de entrar na Austrália por falta de vacinação anti-covid, mas nem só de novela vive o esporte. O Aberto da Austrália (AO) será o primeiro Grand Slam a entrar no metaverso, com a primeira cunhagem de AO Art Ball NFT’s (NFT das bolas de tênis do AO) vinculadas a dados de partidas ao vivo, dando às pessoas ao redor do mundo uma oportunidade única de possuir um pedaço do AO. E além disso, ele terá uma tour virtual no Decentraland que promete uma experiência inovadora para os fãs de qualquer lugar do mundo.

Como nos informa o portal Chemistry World, o RMDS Lab, uma plataforma de dados e inteligência artificial (IA) com sede na Califórnia, nos EUA, planeja criar o primeiro mercado de token não-fungível (NFT) para propriedade intelectual de ciência e tecnologia antes do final de março. A RMDS foi fundada pelo ex-cientista-chefe de dados da IBM Alex Liu, em 2009, com o propósito de criar uma comunidade global de cientistas e pesquisadores de dados e promover a inovação científica por meio de dados e IA. A ideia principal é fazer a ponte entre cientistas e investidores/entusiastas e servir como um canal adicional para captação de recursos para projetos e também acelerar a transferência de tecnologia.

A tecnologia blockchain, com NFT e contratos inteligentes, já pode ser prevista em diversas situações. Operações financeiras globais, com a eliminação de intermediários (instituições financeiras) ganha-se agilidade e a redução expressiva de taxas. No setor da saúde as pessoas podem ter seu histórico médico (consultas, exames, procedimentos, receitas, etc.) reunido em uma base única e ter o total acesso e controle dessas informações. Certificação e acompanhamento de toda a cadeia logística, desde a origem até o destino, de um produto, identificação digital das pessoas e é claro, artistas das mais variadas áreas, desde música até cinema, já estão com suas obras mintadas (cunhadas) e comercializadas de maneira transparente e com autonomia. Cuidados são sempre necessários, tanto no mundo físico quanto no virtual, por isso estude bastante sobre o assunto e continue nos acompanhando.